domingo, 4 de maio de 2014

Teste sua criatividade como autor e continue a história



     Laura acabava de chegar em casa, depois de passar divertidas horas junto com amigos em uma balada, após o trabalho. Já passava das três horas da manhã quando abriu sorrateiramente a porta e entrou. Ainda estava bêbada e sentia as pernas vacilarem a cada passo. Apesar de morar sozinha, toda cautela tinha uma explicação: não queria dar a chance de os vizinhos terem o que falar no dia seguinte. Acendeu a luz e caminhou cambaleante pela sala, deixando os sapatos e roupas pelo caminho em direção à cozinha. Estava com fome e precisava preparar alguma coisa para comer antes de dormir. O quarto ficava no segundo piso e as luzes no alto da escada permaneciam apagadas. Retirou alguns ingredientes da geladeira, colocando-os sobre a mesa, juntamente com uma caixinha de suco pronto. Laura quase não conseguia dominar seu corpo cambaleante e a todo momento se escorava para não cair. Estava só de calcinha, mas isso não parecia incomodá-la, já que se sentia completamente à vontade, a ponto de resmungar palavras desconexas, achando graça de si mesma pelo estado de embriaguez em que se encontrava.
     _ Que noite, que noite... _ Repetiu para si mesma sorrindo enquanto lanchava. Levantou-se, deixando tudo espalhado sobre a mesa da cozinha e caminhou em direção à escada que dava acesso ao quarto, quando de repente, ouviu um ruído abafado vindo do piso superior. Cambaleante se encolheu a um canto e ( J.R.C. - Santa Catarina) resmungou consigo mesma pela gafe que acabava de cometer. Correu sorrateiramente até as roupas espalhadas pelo chão, vestindo-as de forma afobada e espalhafatosa. Tinha esquecido por completo da presença do pai que veio passar uns dias em sua casa. Tão logo conseguiu enfiar um dos pés no sapato, olhou para o alto da escada e lá estava ele sorrindo divertido com o desespero da filha.
     _ Oi, pai... tudo bem? _ Gaguejou ela pega de surpresa.
     _ Comigo sim. _ Respondeu sem deixar de sorrir.
     _ Então... como foi seu dia? _ Insistiu ela sem saber o que dizer.
     _ Bem.
     _ Então...
     _ Hei filha, não precisa ficar sem graça. Está na sua casa e não me deve explicação de nada, ta bem?
     _ Obrigada, pai.
     _ Mas a blusa está do lado avesso. _ Observou ele com ironia.
          Laura subiu as escadas correndo, indo direto para o quarto sem nem mesmo se despedir do pai que ficou olhando-a sorrindo. O homem colocou ordem na cozinha e voltou para o quarto de hóspede onde estava instalado. Empresário, bem sucedido, com pouco mais de 50 anos, Walmir morava numa pequena cidade do interior com a família e, vez por outra, ia até a capital para resolver alguns negócios de investimentos na área de pedras preciosas e jóias. Com várias lojas e representantes espalhados por todo o estado, o empresário levava uma vida tranquila numa pacata cidade com pouco mais de dez mil habitantes, que o conheciam e o respeitavam pelo seu caráter invejável e o modo simples com que vivia. Laura era a mais velha de três irmãos, sendo o caçula adotado pela família com muitos problemas de aceitação. Assim que se formou em administração, a garota preferiu se afastar e buscar novos ares longe das asas dos pais. Conquistou sua liberdade graças a sua persistência e o respeito da família em considerar suas decisões e o livre direito de escolha para com os atos e consequências de sua vida. Nunca havia se casado e preferia não se envolver com ninguém por quem não se sentisse realmente apaixonada. Seus relacionamentos eram passageiros e isso lhe bastava para não correr o risco de se iludir ou mesmo criar qualquer expectativa que pudesse tirar-lhe a liberdade de viver à sua maneira. Havia escolhido um pequeno e modesto apartamento em um bairro da periferia, já que não queria contar com a ajuda financeira dos pais para se manter. Trabalhava como secretária em uma loja de conveniência e ganhava o suficiente para pagar suas contas e vez por outra, sair com os amigos.
           Naquela manhã, porém, a garota teria uma nova experiencia que a marcaria para o resto da vida. Poucas horas depois de acordar, ela e o pai se preparavam para almoçar, quando perceberam um alvoroço no prédio. Sem saber do que se tratava, foram até a porta e imediatamente rendidos por três jovens armados, que faziam um arrastão no mesmo andar. Empurrados para dentro, foram obrigados a se deitarem no chão da sala, enquanto os ladrões vasculhavam todo o apartamento. ( Continua... )
                

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